Deslocamento ativo em adolescentes: prevalência e preditores associados ao trajeto casa-escola
DOI:
https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0203Palavras-chave:
Atividade física, Adolescência, Deslocamento ativo, BrasilResumo
O objetivo do presente estudo é descrever a prevalência de deslocamento ativo entre adolescentes brasileiros no trajeto casa-escola considerando as unidades federativas e regiões do país, e verificar os preditores associados a esse comportamento. A amostra foi composta por 99.967 adolescentes (ambos os sexos; média de idade 14,24 anos) que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar em 2015. Para o estudo, foram consideradas informações relativas ao deslocamento ativo no percurso casa-escola (frequência e duração), aspecto socioeconômico e percepção de segurança no trajeto para a escola, sendo obtidas através de questionário. A análise estatística foi realizada por meio da regressão logística binária. Foi observado que 44,4% dos jovens realizam o deslocamento ativo (ir e voltar da escola através do uso de bicicleta/caminhada, pelo menos cinco dias na semana), sendo que a região Sudeste apresenta a maior porcentagem de adolescentes que aderem à tal prática (46,4%). Ser do sexo masculino (OR = 1,19), mais “novo” (OR = 0,89) e despender mais tempo por semana em deslocamento ativo (OR = 1,01) aumentam as chances de o adolescente realizar o deslocamento ativo em seu trajeto para a escola; enquanto que possuir carro em casa (OR = 0,72) e perceber o trajeto para a escola como inseguro (OR = 0,66) reduzem as chances de adoção a tal comportamento. Os resultados reforçam a característica multifatorial do deslocamento ativo, e a necessidade de intervenções centradas no sujeito e no ambiente.
Downloads
Referências
Katzmarzyk PT, Mason C. The physical activity transition. J Phys Act Health. 2009;6(3):269-80.
Guthold R, Stevens GA, Riley LM, Bull FC. Global trends in insufficient physical activity among adolescents: a pooled analysis of 298 population-based surveys with 1.6 million participants. Lancet Child Adolesc Health. 2020;4(1):23-35.
Poitras VJ, Gray CE, Borghese MM, Carson V, Chaput J-P, Janssen I, et al. Systematic review of the relationships between objectively measured physical activity and health indicators in school-aged children and youth. Appl Physiol Nutr Metab. 2016;41(6 Suppl 3):S197-239.
Mitra R, Buliung RN. Built environment correlates of active school transportation: neighborhood and the modifiable areal unit problem. J Transp Geogr. 2012;20(1):51-61.
Burgos MS, Tornquist D, Tornquist L, Reuter CP, Garcia EL, Renner JDP, et al. Cardiometabolic risk factors associated with active commuting to school. Rev Paul Pediatr. 2019;37(2):181-7.
Larouche R, Saunders TJ, Faulkner G, Colley R, Tremblay M. Associations between active school transport and physical activity, body composition, and cardiovascular fitness: a systematic review of 68 studies. J Phys Act Health. 2014;11(1):206-27.
Aubert S, Barnes JD, Abdeta C, Nader PA, Adeniyi AF, Aguilar-Farias N, et al. Global Matrix 3.0 Physical Activity Report Card Grades for children and youth: Results and analysis from 49 countries. J Phys Act Health. 2018;15(S2):S251-S73.
Silva DAS, Christofaro DGD, Ferrari GLM, Silva KS, Nardo N, Silva RJS, et al. Results from Brazil's 2018 Report Card on physical activity for children and youth. J Phys Act Health. 2018;15(S2):S323-S5.
Bauman AE, Reis RS, Sallis JF, Wells JC, Loos RJF, Martin BW. Correlates of physical activity: why are some people physically active and others not? Lancet. 2012;380(9838):258-71.
Rahman ML, Moore A, Smith M, Lieswyn J, Mandic S. A conceptual framework for modelling safe walking and cycling routes to high schools. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(9).
Programa das Naçõe Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Fundação João Pinheiro (FJP). Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2014. [citado em 2020 jan]. Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/home/.
Rovio SP, Yang X, Kankaanpää A, Aalto V, Hirvensalo M, Telama R, et al. Longitudinal physical activity trajectories from childhood to adulthood and their determinants: The Young Finns Study. Scand J Med Sci Sports. 2018;28(3):1073-83.
Ferrari GLM, Victo ER, Ferrari TK, Solé D. Active transportation to school for children and adolescents from Brazil: a systematic review. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2018;20(4):406-14.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.
Tavares LF, Castro IR, Cardoso LO, Levy RB, Claro RM, Oliveira AF. Validade de indicadores de atividade fisica e comportamento sedentario da Pesquisa Nacional de Saude do Escolar entre adolescentes do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. de Saúde Pública. 2014;30(9):1861-74.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015. Nota metodológica nº 2 - Especificações de tableas e indicadores Amostra 1. Brasil, grandes regioões, unidades da federação e municípios das capitais. Rio de Janeiro: IBGE; 2018.
Silva KS, Lopes AS, Silva FM. Atividade física no deslocamento à escola e no tempo livre em crianças e adolescentes da cidade de João Pessoa, PB, Brasil. R Bras Ci e Mov. 2007;15(3):61-70.
Streb A, Graup S, Bergmann M, Bergmann G. Excesso de peso e deslocamento para a escola em adolescentes de Uruguaiana/RS. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2016;21(3):255-62.
Sá TH, Garcia LMT, Mielke GI, Rabacow FM, Rezende LFM. Changes in travel to school patterns among children and adolescents in the São Paulo Metropolitan Area, Brazil, 1997–2007. J Transp Health. 2015;2(2):143-50.
Santana FS, Palmeira AC, Santos MAM, Farah BQ, Souza BCC, Ritti-Dias RM. Associação entre deslocamento ativo e pressão arterial elevada em adolescentes. Einstein. 2017;15(4):415-20.
Pinto AA, Claumann GS, Angelo HCC, Menezes EC, Dias DT, Pelegrini A. Active commuting to school and associated factors among adolescents: A systematic review. J Phys Educ. 2017;28:e2859.
Phansikar M, Ashrafi SA, Khan NA, Massey WV, Mullen SP. Active commute in relation to cognition and academic achievement in children and adolescents: A systematic review and future recommendations. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(24).
Associação Abaporu. Mobilize - mobilidade urbana sustentável, 2019. [citado em 2019 dez]. Disponível em: https://www.mobilize.org.br/.
Sá TH, Pereira RHM, Duran AC, Monteiro CA. Socioeconomic and regional differences in active transportation in Brazil. Rev Saude Publica. 2016; 50.
Christian HE, Klinker CD, Villanueva K, Knuiman MW, Foster SA, Zubrick SR, et al. The effect of the social and physical environment on children’s independent mobility to neighborhood destinations. J Phys Act Health. 2015;12(Suppl 1):S84 -S93.
Lopes AAS, Lanzoni AN, Hino AAF, Rodriguez-Añez CR, ReisI RS. Perceived neighborhood environment and physical activity among high school students from Curitiba, Brazil. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(4):938-53.
Sá TH, Rezende LFM, Rabacow FM, Monteiro CA. Use of private motor vehicle transportation for taking children to school in Sao Paulo Metropolitan Area, Brazil, 1997-2012. Cad. de Saúde Pública. 2016;32(5):e00140215.
Smith WB. Marginal Gains. Foot Ankle Spec. 2018; 11(4):306-7.
Kleinert S, Horton R. Urban design: an important future force for health and wellbeing. Lancet. 2016; 388(10062):2848-50.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.