Barreiras para a prática de atividade física em idosos: revisão de escopo de estudos brasileiros

Autores

  • Thiego da Silva Socoloski Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1942-5482
  • Cassiano Ricardo Rech Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9647-3448
  • Jaime Alves Correa Junior Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, Santa Catarina, Brasil.
  • Rodrigo Meireles Lopes Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2674-2374
  • Adriano Akira Ferreira Hino Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Curitiba, Paraná, Brasil.
  • Paulo Henrique Guerra Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4239-0716

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0208

Palavras-chave:

Atividade física, Idoso, Brasil, Revisão

Resumo

Com objetivo de identificar as barreiras à prática de atividade física (AF) em idosos, foi conduzida uma revisão de escopo, com buscas em sete bases de dados eletrônicas e em listas de referências, abrangendo artigos disponíveis até dezembro de 2020. Procurou-se por estudos originais, desenvolvidos no Brasil, que investigaram barreiras à prática de AF em amostras de pessoas ≥ 60 anos. Dos 911 artigos iniciais, 13 compuseram a síntese, envolvendo idosos participantes de grupos de convivência, institucionalizados e participantes de projetos de AF, com predominância de mulheres. Foram identificadas 31 barreiras, sendo 18 delas classificadas como intrapessoais (58,1%). “Doença, dor ou lesão” foi a barreira mais frequentemente mencionada entre os estudos (n = 9), estando também associada à inatividade física em um artigo. Também merecem destaque: “falta de segurança” (n = 6), “medo de cair/se machucar” (n = 3) e “sentir-se suficientemente ativo” (n = 3). As barreiras intrapessoais são as mais percebidas pelos idosos brasileiros, sendo a barreira “dor, doença e/ou lesão” a mais frequentemente mencionada, seguida das barreiras “falta de segurança”; “medo de cair/se machucar” e “sentir-se suficientemente ativo”. Mesmo que esta evidência esteja amparada, em sua maior parte, por dados provenientes da região Sul do país, o reconhecimento destas barreiras pode ser incorporada nos distintos cenários de oferta da AF para idosos. Complementarmente, futuros estudos são importantes, tanto para apresentação das principais barreiras para a AF nas distintas regiões do país, quanto para a análise das suas possíveis associações à inatividade física.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Henrique Guerra, Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Professor Adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul (componente: Saúde Coletiva) e Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde (GEPAF), Universidade de São Paulo, Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP)

Referências

Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Transição demográfica: a experiência brasileira. Epidemiol Serv Saúde. 2012;21(4):539-48.

Nunes BP, Batista SRR, Andrade FB, Souza Junior PRB, Lima-Costa MF, Facchini LA. Multimorbidity: The Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil). Rev Saúde Pública. 2018;52(Suppl 2),10s.

Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev Saúde Pública. 2010;44(3):468-78.

World Health Organization, US National Institute of Aging. Global Health and Ageing. Geneva: World Health Organization; 2011.

Alcântara AA, Camarano AA, Giacomin KC. Política nacional do idoso: velhas e novas questões. Rio de Janeiro: Ipea; 2016.

Ueno DT, Gobbi S, Teixeira CVL, Sebastião E, Prado AKG, Costa JLR, Gobbi LTB. Efeitos de três modalidades de atividade física na capacidade funcional de idosos. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2012;26(2):273-81.

Northey JM, Cherbuin N, Pumpa KL, Smee DJ, Rattray B. Exercise interventions for cognitive function in adults older than 50: a systematic review with meta-analysis. Br J Sports Med. 2018;52(3):154-60.

Beck AP, Antes DL, Meurer ST, Benedetti TRB, Lopes MA. Fatores associados às quedas entre idosos praticantes de atividades físicas. Texto Contexto – Enferm. 2011;20(2):280-86.

Ribeiro LHM, Neri AL. Exercícios físicos, força muscular e atividades de vida diária em mulheres idosas. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17(8):2169-80.

Silva MF, Goulart NBA, Lanferdini FJ, Marcon M, Dias CP. Relação entre os níveis de atividade física e qualidade de vida de idosos sedentários e fisicamente ativos. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2012;15(4):634-42.

Latorre-Román PA, Laredo-Aguilera JA, García-Pinillos F, Soto-Hermoso VM, Carmona-Torres JM. Physical activity, weight and functional limitations in elderly Spanish people: the National Health Survey (2009-2014). Eur J Public Health. 2018;28(4):778-83.

Cruz MS, Bernal RTI, Claro RM. Tendência da prática de atividade física no lazer entre adultos no Brasil (2006-2016). Cad Saúde Pública. 2018;34(10),e00114817.

Rech CR, Camargo EM, Araujo PAB, Loch MR, Reis RS. Perceived barriers to leisure-time physical activity in the Brazilian population. Rev Bras Med Esporte. 2018;24(4):303-9.

Brazão MC, Hirayama MS, Gobbi S, Nascimento CMC, Roseguini AZ. Estágios de mudança de comportamento e barreiras percebidas à prática de atividade física em idosos residentes em uma cidade de médio porte do Brasil. Motriz. 2009;15(4):759-67.

Cardoso AS, Borges LJ, Mazo GZ, Benedetti TB, Kuhnen AP. Fatores influentes na desistência de idosos em um programa de exercício físico. Movimento. 2008;14(1):225-39.

Cassou AC, Fermino R, Rodriguez Añez CR, Santos MS, Domingues MR, Reis RS. Barriers to physical activity among Brazilian elderly women from different socioeconomic status: a focus-group study. J Phys Act Health. 2011;8(1):126-32.

Eiras SB, Silva WHA, Souza DL, Vendruscolo R. Fatores de adesão e manutenção da prática de atividade física por parte de idosos. Rev Bras Cienc Esporte. 2010;31(2):75-89.

Gobbi S, Caritá LP; Hirayama MS; Quadros Junior AC; Santos RF, Gobbi LTB. Comportamento e barreiras: atividade física em idosos institucionalizados. Psicol Teor Pesq. 2008;24(4):451-8.

Gobbi S, Sebastião E, Papini CB, Nakamura PM, Valdanha Netto A, Gobbi LT, Kokubun E. Physical inactivity and related barriers: a study in a community dwelling of older brazilians. J Aging Res. 2012;2012:685190.

Krug RR, Lopes MA, Mazo GZ, Marchesan M. A dor dificulta a prática de atividade física regular na percepção de idosas longevas. Rev Dor. 2013;14(3),192-5.

Krug RR, Lopes MA, Mazo GZ. Barreiras e facilitadores para a prática da atividade física de longevas inativas fisicamente. Rev Bras Med Esporte. 2015;21(1),57-64.

Lopes MA, Krug RR, Bonetti A, Mazo GZ. Barreiras que influenciaram a não adoção de atividade física por longevas. Rev Bras Ciênc Esporte. 2016;38(1):76-83.

Nascimento CMC, Gobbi S, Hirayama MS, Brazão MC. Nível de atividade física e as principais barreiras percebidas por idosos de Rio Claro. Rev Educ Fís. 2008;19(1):109-18.

Oliveira DV, Brito RL, Antunes MD; Nascimento Júnior JRA, Moreira CR; Oliveira DC, Lima MCC; Bertolini SMMG, Cavaglieri CR. Prática de atividade física por idosos frequentadores de unidades básicas de saúde. Geriatr Gerontol Aging 2017; 11(3): 116-23.

Souza DL, Vendrusculo R. Fatores determinantes para a continuidade da participação de idosos em programas de atividade física: a experiência dos participantes do projeto "Sem Fronteiras". Rev Bras Educ Fís Esporte. 2010;24(1):95-105.

Mazo GZ, Benedetti TRB. Adaptação do questionário internacional de atividade física para idosos. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2010;12(6):480-4.

Cavalli AS, Mello DM, Cavalli LS, Colpo GS, Arruda STC, Meireles LG. Barreiras para a atividade física em mulheres idosas do sul do Brasil. Pixo 2020;13(4):209-19.

Hirayama, MS. Atividade física e doença de Parkinson: mudança de comportamento, autoeficácia, barreiras percebidas e qualidade de vida. [Dissertação de Mestrado]. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista (Unesp); 2006.

Geertz C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC; 1989.

Glaser BG, Strauss AL. The discovery of grounded theory: strategies for qualitative research. Chicago: Aldine; 1967.

Strauss AL, Corbin J. Introduction to qualitative research: grounded theory procedures and techniques. Beverly Hills: Sage; 1990.

Peixoto SV, Mambrini JVM, Firmo JOA, Loyola Filho AI, Souza Junior PRB, Andrade FB, Lima-Costa MF. Physical activity practice among older adults: results of the ELSI-Brazil. Rev Saude Publica. 2018;52(Suppl 2):5s.

Giehl MWC, Schneider IJC, Corseuil HX, Benedetti TRB, d'Orsi E. Atividade física e percepção do ambiente em idosos: estudo populacional em Florianópolis. Rev Saúde Pública. 2012;46(3):516-25.

Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araújo JE, Silva JRT, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.

Pereira LV, Vasconcelos PP, Souza LAF, Pereira GA, Nakatani AYK, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Latino-Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9.

Vasconcelos FH, Araújo GC. Prevalence of chronic pain in Brazil: a descriptive study. BrJP. 2018;1(2):176-9.

Larsson C, Ekvall Hansson E, Sundquist K, Jakobsson U. Impact of pain characteristics and fear-avoidance beliefs on physical activity levels among older adults with chronic pain: a population-based, longitudinal study. BMC Geriatr. 2016;16:50.

Silva MC, Silva AB, Amorim TEC. Condições de espaços públicos destinados a prática de atividades Físicas na cidade de Pelotas/rS/Brasil. Rev Bras Ativ Fis Saúde. 2012;17(1):28-32.

Queiroga MR, Ferreira SA, Boneti MD, Tartaruga MP, Coutinho SS, Cavazzoto TG. Caracterização do ambiente físico e prática de atividades físicas em unidades básicas de saúde de Guarapuava, Paraná, 2011-2012. Epidemiol Serv Saúde. 2016;25(4):827-36.

Kretschmer AC, Dumith SC. Prática de atividade física no lazer e ambiente percebido: um estudo de base populacional com adultos e idosos do Sul do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200043.

Aguiar JB, Nascimento INM, Melo MA, Freire AKU, Saraiva LC, Santos ALB, Gurgel LA. Espaços públicos de lazer de uma capital brasileira: avaliação da qualidade e uso para a prática de atividade física. Licere. 2019,22(4):317-39.

Freire DRA, Oliveira EA, Rocha Junior CP. Práticas de lazer em Salvador: análise comparada entre dois bairros. Licere. 2019;22(3):159-88.

Battistel JA, Floss MI, Cruvinel AFP, Barbato PR, Fermino RC, Guerra PH. Perfil dos frequentadores e padrão de utilização das academias ao ar livre: revisão de escopo. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2021;26:e0186.

Guerra PH, Andrade DR, Rodriguez-Añez CR, Santos DL, Camargo EM, Fermino RC, Tenório MCM. Research on the Academia da Cidade and Academia da Saúde Programs: scoping review. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2020;25:e0126.

Downloads

Publicado

2021-07-12

Como Citar

1.
Socoloski T da S, Rech CR, Correa Junior JA, Lopes RM, Hino AAF, Guerra PH. Barreiras para a prática de atividade física em idosos: revisão de escopo de estudos brasileiros. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 12º de julho de 2021 [citado 29º de março de 2024];26:1-8. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/14580

Edição

Seção

Artigos de Revisão